terça-feira, 6 de novembro de 2012

O nascimento da Beata Alexandrina


Nascida na aldeia mais recôndita da freguesia, filha natural, rejeitada pelo pai e pelos avós paternos, dum ponto de vista apenas humano, o nome da Alexandrina foi ouvido pelo país inteiro e galgou fronteiras, mesmo muito distantes. Do ponto de vista da fé, ela é com certeza a maior figura de toda a história de Portugal e poucas no mundo se lhe equipararão.
O livro dos assentos paroquiais onde vem o seu assento de baptismo guarda-se na Conservatória do Registo Civil da Póvoa de Varzim, onde obtivemos dele uma fotocópia de fraca qualidade. Exprime-se assim:
 Aos dois dias do mês de Abril do ano de mil novecentos e quatro, nesta igreja paroquial de Santa Eulália de Balasar, concelho da Póvoa de Varzim, Arquidiocese de braga, baptizei solenemente um indivíduo do sexo feminino, a quem dei o nome de Alexandrina, e que nasceu nesta freguesia, no lugar de Gresufes, às seis horas do dia, de tarde, do dia trinta do mês de Março do referido ano, filha natural de Maria Ana da Costa, lavradeira, paroquiana moradora desta freguesia no referido lugar de Gresufes, neta materna de José António da Costa e de Ana Joaquina Leitão. Foi padrinho Joaquim António da Costa, casado, lavrador, e madrinha Dona Alexandrina Rosa de Campos, viúva, empregada no serviço doméstico, as quais todas sei serem os próprios.
E para constar lavrei em duplicado este assento que, depois de lido perante os padrinhos, comigo assinou o padrinho e não assinou a madrinha por não saber escrever.
Era ut supra.
O Padrinho, Joaquim António da Costa
O Abade, Manuel Fernandes de Sousa Campos.
  
Nascida num dia frio do final de Março, a mãe deu-a à luz, sobre um colchão, junto à lareira da cozinha da casa de seus pais. Era “quarta-feira de trevas”, a quarta-feira da Semana Santa, mas foi baptizada em Sábado de Aleluia.
O baptismo ainda teve lugar na antiga igreja do Matinho, só demolida em 1907.
 A atitude do pai das filhas de D. Maria Ana deve ser comparada com a de um jovem balasarense que, anos antes, engravidara duas conterrâneas e fez testamento aos filhos antes de embarcar para o Brasil (ver à frente).

Imagens de cima para baixo:
  • Registo de Baptismo da Beata Alexandrina;
  • Lareira da Casa de Gresufes frente à qual ela nasceu;
  • Fachada poente da mesma casa antes de cair em ruína e ser reconstruída e irremediavelmente desfigurada.

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